Monitoramento inteligente de florestas com o apoio de recursos tecnológicos foi um dos temas do evento “Ciclos” realizado pelo Sebrae MT na última semana, entre os dias 23 e 24 de maio, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá-MT.
O “Ciclos” é um Congresso Internacional de Sustentabilidade para pequenos negócios. O evento contou com a participação de inúmeros especialistas tratando de assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentável e inovação no empreendedorismo.
Um dos temas que o MT Econômico traz para você nessa matéria especial é sobre “Floresta Inteligente – Smart Forest”, apresentada pelo CEO e co-fundador da Treevia Forest Technologies no Brasil, Esthevan Gasparoto.
A Treevia foi fundada em 2016 e trabalha com tecnologias viabilizadoras para a área florestal, incluindo internet das coisas (IoT), Big Data, inteligência artificial e realidade aumentada. Os recursos tecnológicos já vêm sendo utilizados no mercado em geral nas áreas da indústria e agronegócio. A empresa adaptou para o uso inteligente do monitoramento de florestas.
O objetivo do sistema é gerar melhores decisões de manejo, minimizar perdas econômicas no projeto florestal e preservar o meio ambiente, conforme explica o CEO da Treevia.
“Os sensores literalmente conectam a árvore na internet. É como se fosse um relógio de pulso. A partir daí, passa a ser monitorado o ritmo de crescimento da árvore e as variáveis ambientais e climáticas. Os dados coletados geram inteligência e melhores decisões de manejo”, disse Esthevan ao MT Econômico.
Entre alguns indicadores é possível monitorar temperatura, umidade e precipitação atmosférica. Com isso, um dos grandes benefícios é mitigar os riscos de incêndio da floresta.
“A partir dos dados coletados é possível identificar um incêndio que foi iniciado ou aquele que ainda não ocorreu, mas pode ter o risco de acontecer. Se em alguns sensores forem identificados uma mudança muito brusca de temperatura e umidade num espaço de tempo pequeno, conseguimos identificar uma eminência de incêndio e a partir desse momento, tomar decisões emergenciais”, exemplifica o CEO da Treevia.
É o primeiro sistema florestal do mundo preparado para a internet das coisas, mas está preparado também para os dados tradicionais.
A solução da “Floresta Inteligente – Smart Forest” supre também a falta de mão-de-obra na floresta, pela atividade ser desgastante e muitas vezes insalubre, com alta rotatividade de pessoas trabalhando na área.
Diferença entre o sistema tradicional e a floresta inteligente
O monitoramento florestal tradicionalmente realizado por satélites e drones tem como objetivo detectar presença ou ausência de floresta, identificando desmatamentos. Já o sistema da floresta inteligente, além de também conseguir isso, identifica o volume de madeira, carbono e variáveis importantes para melhor manejo. No sistema tradicional essas informações coletadas por sensores são feitas por pessoas e em território de amostragem onde a precisão de informações é menor.
A solução da “Floresta Inteligente – Smart Forest” também pode ajudar a medir a taxa de retorno de investimento do produtor e a prevenir perdas econômicas com o projeto florestal. Portanto, pode ser utilizada tanto para fins econômicos como de preservação ambiental.
A Treevia atua em 9 estados brasileiros e em breve pode vir para Mato Grosso também. A solução que a empresa oferece é patenteada e capaz de coletar dados das florestas diariamente por vários anos.